2005-12-08


Acção – Liberdade – Livre-arbítrio

Para esclarecimento das referências em aula ao significado dos conceitos de Liberdade e Livre-arbítrio no âmbito da Acção Humana, relevo dois pequenos excertos que poderão também dar uma pequena ajuda.

A- «Afirmar que o homem é livre, significa, em primeiro lugar, que existe nele uma centelha de liberdade, isto é, um princípio ou uma capacidade fundamental de tomar nas suas mãos a sua própria acção. Mais especificamente, esta liberdade opõe-se, em sentido negativo, à inconsciência (por exemplo, do animal), à loucura, à irresponsabilidade física e moral. Indica que a pessoa humana, ainda que exista muito ligada e relacionada com o mundo e com os seus semelhantes, não se encontra totalmente determinada pelas forças deterministas da natureza ou totalmente submetida à tirania do Estado, da sociedade ou, de uma maneira geral, aos seus semelhantes, mas que determina igualmente de uma forma essencial e concreta a sua própria acção. A liberdade como poder de dominação sobre a própria acção é o motor fundamental da libertação. Permite ao homem concreto e histórico trabalhar para a realização da sua existência pessoal e social, libertando-se das múltiplas formas de escravidão e alienação em que se encontra envolvido. – J. Gevaert - »

B- «Uma pessoa é livre quando pode fazer ou faz o que quer. Quando falamos de livre-arbítrio, não nos referimos tanto ao facto de que a vontade é livre – não seria claro a que entidade se faz alusão – mas que a pessoa é livre ou que a sua acção é livre e isto porque ela age como quer. – Ernst Tugendhat - »


Não podemos deixar de remeter a ideia de Liberdade para o plano da Causalidade. Como poderemos tomar a decisão de declarar a nossa acção como uma acção livre se, apesar de “fazermos o que queremos”, não conseguimos exercer um pleno e absoluto domínio sobre as motivações, sobre os princípios causais que, em cada caso, orientam e determinam o nosso querer?

AB10