2009-01-06

CONHECER ...

Conhecer aparece-nos como algo tão banal que o senso comum raramente questiona se de facto conhece, o que será conhecer, se é possível conhecer, que tipos diversos de conhecimento existirão, o que possibilita o conhecimento ...
O mais comum é associarmos o conhecimento à visão - conhecer é ver, conhecemos porque vimos...
Conhecer é também visto como uma espécie de apropriação: tomar posse das coisas, 'possuir grandes conhecimentos'...
Conhecer pode ser também entendido como algo dependente do tacto: 'apanhar' as coisas no ar, apanhar o sentido íntimo e profundo das coisas...
Mas o conhecer é, sobretudo pensar. Conhecer será apreender e reter algo pelo pensamento.
No fundo conhecer é organizar, dar sentido, 'ler' e entender o 'fora' por arrumação estruturada 'dentro'.
Lembras-te da velha 'máxima' comum nos alunos de Filosofia: 'Sei, mas não sei explicar!'? - No entanto, verdade, verdadinha, quem não sabe explicar, é porque na verdade ainda não sabe ! (Excepção concedida a experiências da ordem do inefável que poderemos mais tarde discutir e problematizar).
Devemos chamar a atenção para a necessidade de não nos deixarmos iludir com as formas de conhecimento sensitivo pois embora ligadas aos sentidos, ao contacto mais directo e imediato com a realidade externa, não são, contudo, instantâneas ou não trabalhadas intelectualmente: ver, tactear, cheirar, saborear, ouvir, exigem sempre mediações várias, possibilidades prévias que provêm de conhecimentos anteriores, cultura, treino, mundividência, estado emocional, características psicológicas, etc.