ÉTICA da RESPONSABILIDADE
Decerto já ouviste o lamento "... e a culpa morre sempre solteira !" - a queixa reflecte esta problemática - a da responsabilidade, e a questão do(s) sujeito(s) da responsabilidade.
" A noção de responsabilidade abre-nos espaços novos e esta é a razão pela qual permite desenvolver a ideia de uma 'moral aberta'. Longe de ser inibidora, leva-nos à reflexão activa. Tomamos consciência de territórios que afastávamos até ao momento da nossa responsabilidade. Esta diligência é necessária.
Com efeito, entre os efeitos perversos que o reconhecimento da responsabilidade como referência moral pode induzir, deduz-se o principal da relação estreita que ela mantém com o poder e o seu território. A nossa sociedade está estruturada em territórios diversos que, por vezes, se enconbrem e nos quais, no melhor dos casos, cada um exerce responsabilidades .Mas existem zonas 'francas', ou seja, aspectos da nossa sociedade que parecem não assinalar qual quer responsabilidade: ou nenhum homem ou instituição aparece como responsável; ou um divertimento sobre outros responsáveis leva-nos à negligência. Pode tratar-se de espaços, de populações ou de objectos. Se forem interessantes, podem ser reinvindicados para ficarem sob tutela de um ou de outro. No caso contrário são deixados na ausência de herdeiros. Este estado de coisas deve solicitar as nossas consciências."
A. Etchegoyen
A Era dos Responsáveis, Difel
(Biblioteca, cota: 2444)
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