2007-05-09

KANT e o Juízo de Gosto

" Segundo Kant o juízo de gosto depende do sentimento de agrado ou desagrado e portanto não é um juízo cognitivo. A sua base de determinação só pode ser subjectiva. Kant contrasta o prazer puro desinteressado que está presente no juízo de gosto com a espécie de prazer que sentimos no que é agradável para nós (o qual está associado com a gratificação pessoal ou diversão) e a espécie de prazer que sentimos no que é bom.
Estes dois tipos de prazer estão relacionados com qualquer espécie de interesse (no primeiro caso a gratificação sensorial que partilhamos com os animais; no segundo caso o nosso interesse racional no que tem valor objectivo). Apenas o nosso interesse pela beleza é um prazer desinteressado e livre. Daqui Kant parte para a definição de belo como 'um objecto de prazer independente de qualquer interesse'.
Esta noção de puro e livre prazer, cuja base de determinação é inteiramente subjectiva parece sugerir que Kant estaria pronto a afirmar que o juízo estético é meramente uma matéria de preferência privada. Mas, embora, surja de um sentimento subjectivo, Kant insiste que o nosso juízo de que qualquer coisa é bela implica que se represente esta como um objecto de prazer universal."
Cottingham, History of Western Philosophy