Experiência Religiosa e Crítica
A relação do homem com o Transcendente constitui o núcleo fundamental da experiência religiosa. Quando falamos em experiência religiosa, não falamos das religiões enquanto instituições, com as suas regras específicas e o seu 'modus operandis'... A experiência religiosa diz respeito à relação íntima, pessoal, particular e única, mas ao mesmo tempo a toda uma carga comunitária que também enforma, envolve e gere a experiência religiosa pessoal.
Qual delas vem primeiro, a pessoal ou a comunitária??! Difícil será responder visto que o Homem é sempre uma solidão e uma comunidade. Ambas possivelmente se comprometem, se completam e se (des)envolvem.
Quando falmos em 'experiência religiosa',referimo-nos sempre ao íntimo do homem, portanto; não ao irracional, a uma experiência tocada pela alienação ou pela loucura, ou por estados alterados de consciência... Também estas componentes podem estar presentes, mas não são elas que definem ou suportam essa experiência. Na experiência humana está sempre o Homem Todo e por isso a razão também está presente na experiência religiosa (embora não seja ela que presida ou tenha a primazia).
Como estudiosos da Filosofia, devemos olhar par o fenómeno com traquilo espírito crítico. Não podemos negar que existe, e sendo tantos os seres humanos que se agregam às religiões - uma vasta, vasta maioria - devemos pensar as religiões e a experiência religiosa, compreender-lhe os contornos, os traços comuns e os dissonantes.
O primeiro passo para o estudo de qualquer religião - até a do próprio sujeito - é, antes de mais, procurar conhecê-la nos seus ensinamentos fundadores, nas suas narrtivas fundantes, onde as crenças e as práticas se ancoram. Não devemos partir para nada com preconceitos, e muitas vezes, em relação ao religioso, partimos já defendidos por reconceitos ditos racionais, ora uma crítica não deve ser exercida por antecipação.
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