2007-04-10

Os Sentidos bastam à ESTÉTICA ?


Fora de nós há um Todo fascinante que nos interpela e nos molda - quer queiramos quer não...
Importa, pois, estar atento ao mundo que habitamos e tomar consciência das coisas tal como estão, na quietude delas mesmas e no modo como se nos revelam.

Não podemos passar pela realidade quotidiana procurando apenas o sítio preciso da fechadura, o obstáculo que queremos evitar, olhar para o céu só para verificar se é necessário guarda chuva hoje...

As coisas estão aí. Que dizem elas? Perante as coisas do mundo sinto agrado? Desagrado?
Que sinto perante a espuma que sai do verde marítimo? Quando o sol incendeia as copas do arvoredo que me sugestiona aquele fim de tarde? Os lagos que espelham o distante celeste, a rua suja de umas traseiras urbanas... que me diz tudo isto?


" A nossa percepção estética exibe uma variedade muito maior e pertence a uma ordem muito mais complexa do que a nossa percepção sensorial vulgar. Na percepção sensorial, contentamo-nos com aprender as feições comuns e constantes dos objectos à nossa volta.
A experiência estética é imcomparavelmente mais rica. Está repleta de possibilidades infinitas que ficam irrealizadas na experiência sensorial vulgar."

E. Cassirer
Essaio Sobre o Homem
Guimarães Ed. Lisboa, 1995