2004-11-29

Simulação2




(Simulação 2)


I - As Regras da Lógica Formal

Decida acerca da verdade ou falsidade das afirmações seguintes a respeito das regras de inferência e de substituição, Justificando a sua decisão.

1 – «Se uma expressão condicional é tautológica então pode ser uma lei lógica.»

2 – «Podemos admitir como correcto um raciocínio do tipo Modus Ponens, negando o antecedente de um condicional.»

3 – «A regra da transitividade permite resolver uma conjunção em que os conjuntos são Condicionais e em que o Consequente de um é também o Antecedente do outro.»

4 – «No Dilema Construtivo conclui-se a conjunção dos Consequentes de dois Condicionais tomados em conjunto.»

5 – «Dada a verdade de uma qualquer fórmula A e de outra qualquer fórmula B, não nos é permitido, por nenhuma lei lógica, afirmar a verdade da conjunção de A e B.»

6 – «As Regras de Substituição resultam de Implicações Materiais que revelam ser verdadeiras em qualquer circunstância de verdade.»

7 – «Negar a disjunção de duas variáveis P; Q é equivalente a negar P e negar Q.»

8 – «~~~P é substituível por P»

9 – «É-me permitido transformar (P->Q) na expressão (~P v Q)

10 – «A Regra da Contraposição aplica-se às disjunções.»


II – Falácias

1 - Enuncie as razões pelas quais não é aceitável um raciocínio com a seguinte forma:

«Há estrelas no céu porque o Universo é perfeito. O Céu está maravilhosamente estrelado. Evidencia-se assim a perfeição universal.»


2 – A expressão que se segue será uma falácia formal? Justifique.

{{~[(P v Q) & Q] -> (R & S)} & ~(R & S)} -> [(P v Q) & Q]



III – Derivações no Cálculo Proposicional


1 – Tomemos a seguinte derivação:

1.. ~(P v Q) & (~R -> P) ....................P1

2.. _____________......................1, SIMP

3.. (~R->P) ........................................_________

4.._____________ ...................... 3, IMPL (->)

5.. R v P ............................................. _________

6.._____________ ...................... 2 , DeM II

7.. ~P .................................................._________


8.._____________ ...................... 5,7,SD

Preencha os espaços utilizando correctamente as regras lógicas.




2 . Com as seguintes premissas como fórmulas de saída e as expressões dadas a cada passo, preencha os espaços da coluna das justificações:


1 . ~P .....................................P1

2. Q -> ~R .............................. P2

3. Q v P.................................... P3

4. Q ........................................ ___________

5. ~R ...................................... ___________

6. ~R v ~P ........................... ___________

7. ~(R & P) .......................... ___________




IV – Argumentação e Retórica

1. Comente a seguinte afirmação:

«De modo diferente da Lógica Formal, a Lógica Informal procura razões fortes para impor uma conclusão

2. Explicite as dificuldades levantadas a um raciocínio indutivo que se deixe ferir por uma falsa analogia.


3. Elabore um comentário bem estruturado a partir do excerto que se segue:

«Os valores universais desempenham um papel importante na argumentação pois permitirão representar os valores particulares, aqueles sobre os quais se estabelece o acordo dos grupos particulares, como um aspecto mais determinado dos valores universais. Esta inserção de valores particulares num quadro que os ultrapassa testemunha o desejo de transcender os acordos particulares, o reconhecimento da importância da universalização dos valores e o apreço que se atribui ao acordo do auditório universal

Chaïm Perelman; O Império Retórico, ASA, pp. 46-47

AB

2004-11-28

COMO RENTABILIZAR O ESTUDO

COMO RENTABILIZAR O ESTUDO

Estudar exige esforço e método.
Para que esta tarefa se torne mais agradável e eficaz para os alunos, abordamos alguns temas e deixamos algumas pistas sobre leitura, participação nas aulas, elaboração de trabalhos e realização de provas.
LEITURA ACTIVA

1 Leitura rápida

Uma leitura eficaz deve processar-se segundo.duas etapas distintas:

1. Faz-se uma leitura rápida, com especial atenção a títulos, esquemas, ilustrações e frases em destaque. Pretende-se identificar a temática abordada e salientar os aspectos mais importantes ou interessantes, abordados no texto.
2. Depois de assegurada uma visão genérica dessa temática, importa passar a uma leitura aprofundada do texto. Este é o momento em que se ‘mergulha’ no texto, assumindo uma atitude cuidadosa e crítica, com o objectivo de perceber ‘o que é dito’ e ‘como é dito’. Apreender o conteúdo do que se lê é imprescindível para se conseguir reproduzir, resumir ou comentar o que se leu.

2 Consultar dicionários

Desconhecer o significado das palavras impede a compreensão do que se está a ler. Assim, torna-se necessária a consulta de um dicionário, para que possam ser esclarecidas todas as dúvidas que eventualmente possam surgir.
Embora, frequentemente, um dicionário geral seja suficiente, muitos são os casos em que é necessário recorrer a dicionários especializados nas matérias que se estudam. Aliás, um Dicionário de Filosofia é um instrumento de enorme importância para um aluno de Filosofia.
O domínio de vocabulário permite-nos ler, escrever e falar de um modo mais eficaz.

3 Sublinhar e tirar notas

Sublinhar e tirar notas é mais um momento da leitura activa, que consiste na arte de seleccionar o essencial. É de sublinhar, sobretudo, definições, fórmulas, esquemas, termos técnicos ou ideias-chave relativas ao tema central.
As notas são palavras ou pequenas frases, de autoria do aluno, que servem de chamadas de atenção ao próprio, para determinado pormenor. Sendo de cariz pessoal, as notas variam de pessoa para pessoa e, quando realizadas nas margens dos próprios textos, reflectem o trabalho individual realizado.

4 Elaboração de esquemas e resumos

Existem evidentes vantagens na elaboração de esquemas e resumos das leituras que se realizam, pois facilitam a apreensão efectiva dos conteúdos e permitem revisões rápidas, quando necessárias.
Os esquemas são simples enunciados de palavras-chave, representados sob diversas formas, uma vez que a mesma deve constituir o melhor modo como cada um trabalha. Representam urna síntese e permitem uma visualização muito melhor do conteúdo dos textos. Constituem excelentes recursos de apoio em exposições orais. Contudo, com o passar do tempo estes esquemas podem perder o seu significado e sentido, pelo que são recursos ideais para utilização em espaços de tempo relativamente curtos.
Quanto pretendemos um instrumento de trabalho que, em qualquer momento que seja necessário, possa ser utilizado sem perca de qualidade devemos, então, recorrer aos resumos. Estes devem ser elaborados de forma a condensarem as ideias essenciais dos textos, através de frases bem construídas e articuladas.
Um resumo bem feito reproduz o texto original de um modo sucinto e pessoal, embora fiel ao pensamento do autor. Trata-se de uma tarefa que exige um levantamento das ideias fulcrais de cada parágrafo do texto e a reprodução fiel, breve, clara rigorosa e original das ideias defendidas pelo autor.
Resumir não é comentar.
O comentário obriga:

· Ao domínio das ideias principais do texto, bem como dos argumentos dados pelo autor para sustentar os seus pontos de vista;
· À capacidade de integração do texto no seio da obra do autor e nos contextos literário, histórico e/ou filosófico;
· À valorização das ideias apresentadas através, nomeadamente, da contraposição com posições defendidas por outros autores sobre a mesma temática.
JC

PARTICIPAÇÃO NAS AULAS

PARTICIPAÇÃO NAS AULAS

1 Preparação das aulas

Frequentemente, os alunos atentos e interessados têm uma noção dos temas que serão tratados na aula seguinte. Esta noção permite que, para além de levarem o material habitual e necessário para cada disciplina, possam, também, preparar-se para a matéria que será tratada na aula.
Para esta preparação antecipada da matéria, é aconselhável uma leitura rápida da mesma, recorrendo aos materiais habitualmente utilizados nas aulas. Tendo em conta que as matérias se vão encadeando umas nas outras, só será positiva uma revisão das matérias da aula anterior.
Preparar as aulas de forma cuidada e sistemática motiva o aluno, levando-o a estar mais atento, participar melhor e captar a matéria com mais facilidade. Isto é, ter mais sucesso na aprendizagem.

2 A atenção nas aulas

Todos sabemos que existem matérias mais atraentes que outras, tal como há maneiras de dar aulas mais cativantes que outras. E não é fácil manter a concentração e o interesse quando a motivação é mais reduzida. Contudo, aqueles que estão realmente interessados em apreender bem as matérias sabem que é fundamental estar com atenção nas aulas e ouvir os professores e os colegas. A distracção pode levar a uma captação parcial ou, até, distorcida das matérias abordadas nas aulas.
Olhar de frente para quem está a falar permite ouvir melhor e observar alguns pormenores como o modo de falar e as expressões faciais, como complemento do que está a ser dito.
Um bom aluno escuta com atenção e espírito crítico preocupando-se, sobretudo, em apreender as matérias das aulas, sem que, para isso, tenha de aceitar ou rejeitar as ideias apresentadas.

3 Sentido de oportunidade nas intervenções

Assiduidade e pontualidade são fundamentais para a obtenção de resultados positivos. Contudo, a postura dentro de uma sala de aula não deve ser passiva. Um bom aluno participa frequentemente, colaborando com professores e colegas para que aulas e matérias sejam interessantes, expõe as suas dúvidas e, quando solicitado, participa nos debates, tendo sempre em atenção a ordem na sala de aula e o respeito por si e pelos outros.
Todos os alunos, mesmo os mais tímidos, podem (e devem) levantar questões e pedir esclarecimentos. Todas as questões são possíveis quando revelam interesse pela matéria. E tanto mais positivas e oportunas se tornam, quanto mais pretendam o esclarecimento de dúvidas concretas. Mas, o sentido de oportunidade na colocação de questões e/ou dúvidas é fundamental, uma vez que não se deve interromper o professor a meio de uma explicação ou raciocínio.
Ao expor uma opinião ou apresentar o resultado de uma pesquisa, o aluno deve ponderar bem e estar seguro do que diz e como diz.
Participar nas aulas com intervenções oportunas facilita a aprendizagem, desenvolve a capacidade de comunicar e permite conquistar a consideração e admiração de professores e colegas.

4 Tirar apontamentos

A memória humana não é muito fiável. Daí a necessidade de registar o essencial das aulas num caderno, como forma de evitar o esquecimento.
A quantidade de apontamentos que se tiram depende, significativamente, de factores como: o tipo de matéria, o método do professor e a existência ou não de manual da disciplina. Mesmo existindo manual, devem ser sempre registados esquemas, sínteses, comentários e indicações diversas dadas na aula, pelo professor. Tentar reproduzir no papel tudo o que o professor diz nas aulas, como se de uma citação se tratasse, é tarefa quase impossível e, sobretudo, desnecessária. Deste modo, a tarefa de tirar notas nas aulas consiste em registar as ideias essenciais, pelas próprias palavras, resumindo, assim, o essencial das aulas.
Por haver alguma dificuldade em escrever ao mesmo tempo que se ouve e conseguir tirar notas completas sobre tudo o que de essencial se passa nas aulas, é frequente que seja necessário completar ou esclarecer o que foi escrito nas aulas. Esse trabalho de aperfeiçoamento dos apontamentos deve ser realizado tão cedo quanto possível, quando a matéria ainda está presente na memória, para que os apontamentos fiquem prontos a usar quando e para o que forem necessários.
JC

REALIZAÇÃO DE PROVAS DE AVALIACÃO

REALIZAÇÃO DE PROVAS DE AVALIACÃO

1 Estudar regularmente

O tempo de estudo necessário para fazer uma boa preparação para um teste varia de acordo com as matérias e os alunos. Cada aluno deve elaborar o seu plano de estudo, para que o tempo não lhe falte.
Construir um horário semanal ajuda a ter uma visão geral das tarefas que se têm e, assim, poder realizá-las sem pressas. Estudar regularmente, num local arrumado e calmo, exercita a autodisciplina e evita imprevistos.
Estudar à última da hora, sob pressão, é uma táctica traiçoeira, que não facilita a aprendizagem. Antes, propicia confusões. Se, eventualmente, surgem dúvidas, não há tempo para as esclarecer. Por outro lado, estudar horas seguidas e sem intervalos, na véspera, provoca cansaço. Este irá fazer-se sentir durante o teste, através de má interpretação das perguntas e baralhação nas respostas.
Um aluno responsável estabelece prioridades e prepara-se atempadamente. Na véspera dos testes faz, apenas, uma revisão final.

2 Verificação do domínio da matéria

Antes de fazer uma prova, o aluno deve realizar uma auto-avaliação cuidada, a fim de verificar se domina a matéria. Achar que se sabe não é o mesmo que saber de facto.
Esta auto-avaliação pode ser concretizada através da resolução dos exercícios propostos nos manuais, pedindo a amigos e/ou familiares que façam perguntas sobre a matéria ou, ainda, treinando respostas a questões inventadas pelo próprio. Importa, acima de tudo, que obtenha a confirmação de que compreendeu e sabe explicar (de preferência por escrito) as ideias essenciais.
Ter consciência dos seus pontos fracos permite que ainda tenha tempo de dar uma nova revisão na matéria, preferencialmente no que menos domina, de forma a evitar surpresas desagradáveis. Ter consciência de que domina os assuntos, reforça a autoconfiança, o que leva a encarar os testes com mais tranquilidade e confiança na obtenção de bons resultados.

3 Ler atentamente as perguntas

Quando se realiza uma prova escrita, em primeiro lugar, deve ler-se todo o enunciado e respectivas instruções. Isto dá uma visão global do teste, tornando mais fácil decidir como organizar as respostas e distribuir o tempo.
Cada pergunta tem de ser lida atentamente para que se tenha plena consciência do que é pedido. Perguntas complexas exigem maior atenção e cuidado, pois é imprescindível responder concretamente ao que é pedido. Para isso, é indispensável dominar o significado dos verbos que introduzem as perguntas. Seguidamente enuncia-se o significado habitual dos verbos utilizados com mais frequência em testes, nomeadamente de Filosofia:

· Avaliar - Mostrar o valor ou a validade;
· Caracterizar - Pôr em evidência os elementos principais ou distintivos.
· Comentar - Explicar, tomando posição fundamentada.
· Comparar - Apresentar semelhanças e diferenças.
· Criticar - Dar opinião pessoal; Tomar posição a favor ou contra.
· Definir - Dar o significado exacto.
· Demonstrar - Apresentar provas.
· Discutir - Defender ou atacar; Criticar.
· Distinguir - Mostrar as diferenças.
· Enunciar - Dizer qual é ou quais são, de forma breve; Indicar.
· Explicar - Clarificar o sentido; Desenvolver para tomar perceptível.
· Fundamentar - Mostrar as bases.
· Identificar - Dizer quem é ou o que é.
· Interpretar - Esclarecer o sentido. Fazer um comentário crítico.
· Justificar - Dizer porquê; Apresentar provas.
· Relacionar - Estabelecer ligações.

Quando as perguntas exigem desenvolvimento, deve fazer-se uma lista de tópicos que estruturem a resposta. Com esta tarefa, o aluno organiza as suas respostas, baseando-se em tópicos, não se perdendo em repetições ou divagações, e ganhando tempo para responder a todas as questões e, no final, rever criticamente o que escreveu.

4 Fundamentação das opiniões pessoais

Geralmente, não são muito apreciados os testes em que o aluno se limita a «despejar» conteúdos decorados. Os testes devem ser resolvidos de forma a transmitirem, de forma crítica e original, os conhecimentos adquiridos.
Ser original não é, apenas, dar opiniões pessoais. Aliás, estas só devem ser manifestadas quando for solicitado. Mas, quando tal for necessário, devem apontar-se sempre, os fundamentos que sustentam essas opiniões e apresentar argumentos convincentes.
Argumentações pouco consistentes e afirmações levianas, descontextualizadas, desvalorizam os testes. Assim, será mais prudente que ao defender os seus pontos de vista, o aluno utilize uma linguagem moderada e baseando-se, sempre que possível, em opiniões enunciadas por autoridades reconhecidas na matéria (exs.: «Tendo em conta a opinião de...»; «parece-me que...»).
Quando mais fundamentado for um comentário, mais atractivo e apreciado se torna.

5 Respeito pelas regras da escrita

Frequentemente, os testes constituem verdadeiros labirintos, tal a confusão nas respostas. Isto deve-se, em grande parte, a factores como o trabalho insuficiente ou estudar sem método. Contudo, há confusões que resultam da perfeita anarquia da escrita. Muitas vezes, os alunos desrespeitam as regras da escrita,.usam palavras de que não dominam o sentido e significado, constroem frases demasiado longas, sem pontuação adequada e, por vezes, com a completa ausência de pontuação.
Para ter segurança na construção de textos perceptíveis e agradáveis, deve optar-se pela utilização de palavras bem conhecidas, redigir frases curtas pois, são menos traiçoeiras para quem escreve e menos cansativas para quem lê.
Para ter sucesso é importante ter ideias. Mas, tanto ou mais importante é ser capaz de as transmitir de forma clara e rigorosa, tendo cuidado com o estilo e a ortografia.
Um teste apresentado de modo simples e directo, sem erros ortográficos e com boa caligrafia, é lido com mais gosto e obtém melhor classificação.
JC

ELABORAÇÃO DE UM TRABALHO

ELABORAÇÃO DE UM TRABALHO

1 Definição do tema

Ao elaborar um trabalho, seja individual ou em grupo, têm de se definir com clareza o tema e os principais objectivos que se pretendem. Esta tarefa reduz substancialmente, atrapalhações e desperdícios de tempo e energias, que, por vezes; colocam em causa não só a qualidade como até, o próprio trabalho.
Devem, também, ser claramente definidos os limites da investigação que se necessita e pretende fazer, tomando sempre em consideração três factores fundamentais:

· As capacidades de quem vai realizar o trabalho;
· A existência, a disponibilidade e o acesso fácil às fontes de consulta;
· O tempo disponível para a pesquisa.e para a realização do trabalho.

Solicitar auxílio ao professor na definição do tema e dos principais objectivos é útil, pois evita qualquer despiste de orientação.

2 Recolha de informações

Os livros são, ainda, as fontes de informação mais acessíveis e, para encontrar um livro numa biblioteca, basta consultar os ficheiros dessa mesma biblioteca. Estes ficheiros podem estar organizados por:

· Assuntos;
· Títulos;
· Autores.

Mas, os livros não são as únicas fontes de informação que podem ser consultadas. Assim, podemos recolher informações noutras fontes como. meios de comunicação social, inquéritos, visitas de estudo, contacto directo com pessoas competentes na temática abordada e a própria observação pessoal.
Um trabalho de investigação com qualidade requer a consulta de fontes credíveis, devendo iniciar-se a investigação por obras que forneçam informações genéricas sobre o tema a tratar.
Para quem não tenha, não possa ou não saiba utilizar o computador para arquivar informações, a melhor forma de realizar esta tarefa de arquivamento é através do registo das informações em fichas ou folhas soltas, de tamanho uniformizado, para que se torne mais fácil manusear o material recolhido e organizar o plano de trabalho. Este material recolhido pode estar sob a forma de citações ou de resumos pessoais. Uma citação obriga sempre à colocação do texto entre aspas e à indicação precisa das seguintes referências: nome do autor, título da obra, número da edição, local da edição, editor, data, numeração das páginas onde se encontra a citação.
Cumprindo este procedimento, os apontamentos recolhidos ficam prontos a serem utilizados em qualquer momento, sem necessidade de recorrer a nova consulta.

3 Organização do plano do trabalho

Frequentemente, muitas das informações recolhidas não podem ser utilizadas. É imprescindível saber seleccionar apenas o essencial, atendendo sempre ao tema e aos objectivos.
Depois de realizada a selecção do material inicia-se a etapa seguinte de elaboração do trabalho: organização de um plano. Este tem a função de guia na realização do trabalho. Existem várias formas de fazer um plano. Um modo simples de construir o plano consiste em construir uma lista ordenada de tópicos, em torno dos quais se vão associando as informações recolhidas.
Um plano lógico e equilibrado permite uma apresentação oral ou escrita segura, mantendo sempre o fio condutor das ideias.

4 Redacção clara e rigorosa

A apresentação escrita dos resultados de uma investigação pode ser feita de acordo com o esquema clássico: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Na Introdução identifica-se o tema a tratar, fazendo uma referência breve ao modo como vai ser tratado. O Desenvolvimento (também denominado por “corpo” do trabalho, é onde se expõe o assunto, dividindo-o em capítulos mais ou menos extensos, de acordo com a importância dos vários tópicos. A Conclusão resume o que se disse e as conclusões a que se chegou, defendendo, se tal for pertinente, a posição que se tem sobre o assunto que se tratou,
Para que um trabalho tenha, de facto, qualidade não é imprescindível a existência de citações. Contudo, existem momentos em que a transcrição de palavras proferidas por alguém reconhecido como autoridade na matéria (um cientista, um historiador, um filósofo...) enriquece fortemente o trabalho.
Para citar correctamente é necessário ter em atenção alguns factores e cumprir rigorosamente algumas regras: 1) colocam-se às palavras exactas do autor entre aspas; 2) quando necessitamos de omitir determinado período do texto original, temos de o assinalar através da colocação três pontos (ou reticências) entre parêntesis, no espaço onde se efectuou a omissão; 3) As afirmações devem ser mantidas no seu contexto próprio.
Mas, esta é apenas a forma de transcrever com fidelidade. Uma citação, para estar correcta e completa, tem de fazer referência à fonte de onde foi retirada, utilizando, para o efeito, uma nota colocada logo a seguir à citação ou no fundo da página (nota de rodapé). Essa nota, no caso de um livro, deve conter, os elementos que seguidamente se enumeram, separados por vírgulas: nome e apelido do autor, título e subtítulo da obra (sublinhados), número da edição, local da edição, editor, data da edição e a numeração das páginas citadas.

Exemplo:
J. Gaarder, O Mundo de Sofia, Lisboa, Ed. Presença, 1995, pp. 17:J8.
No caso de a fonte utilizada ser uma revista, os elementos a fazer referência são: nome e apelido do autor, título do artigo (entre aspas), título da revista (sublinhado), número da revista, data de publicação e a numeração das páginas citadas.

Exemplo:
M. B. Pereira, «Modernidade, Fundamentalismo e Pós-Modernidade», in Revista Filosófica de Coimbra, vol. 1, n.º 1, 1992, p. 241.

Do trabalho faz também parte a Bibliografia. Trata-se de uma lista das obras consultadas, ordenadas alfabeticamente com base no apelido dos autores e é apresentada no final, após a Conclusão. De um modo geral, a identificação de cada uma dessas obras e respectivos autores faz-se do mesmo modo que é feito nas notas das citações. As únicas diferenças: na Bibliografia residem em que, no nome do autor, vem primeiro o apelido e só depois o nome próprio. Além disso, na Bibliografia, não se faz referência às páginas consultadas
Os resultados da investigação devem ser expostos de modo claro e rigoroso. A apresentação do trabalho tem de ser cuidada pois, um trabalho com boa apresentação, com textos arejados e ilustrações adequadas, revela o respeito que o aluno nutre por si próprio e por quem leia o seu trabalho, exercendo sobre este uma influência positiva.
JC

Retórica e Democracia




Para a compreensão da relação entre Retórica e Democracia na Grécia Antiga.

A vida pública ou política era de certo modo um luxo que estava reservado aos que podiam gozar de uma subsistência garantida. Mulheres, metecos e escravos não tinham uma vida política. E aqui coloca-se a questão sobre a abrangência da democracia ateniense. Com efeito, apenas 10% da população eram cidadãos. A democracia ateniense era de algum modo uma aristocracia alargada.

Fustel de Coulanges dá-nos um retrato muito pormenorizado do dia a dia de um cidadão ateniense no gozo e cumprimento dos seus direitos e deveres políticos e vemos que é uma vida muito trabalhosa.

«Espanta verificar todo o trabalho que esta democracia exigia dos homens. Era governo muito trabalhoso. Vejamos em que se passa a vida de qualquer ateniense. Determinado dia, o ateniense é chamado à assembleia do seu demo e tem de deliberar sobre os interesses religiosos ou financeiros dessa pequena associação. Um outro dia, este mesmo ateniense está convocado para a assembleia da sua tribo; trata-se de regular uma festa religiosa, ou de examinar as despesas, ou de fazer decretos, ou ainda de nomear chefes e juízes. Exactamente três vezes por mês torna-se preciso que assista à assembleia geral do povo, e não tem o direito de faltar. Mas a sessão é longa, porque o ateniense não vai à assembleia somente para votar. Chegado pela manhã, exige-se que o ateniense ali permaneça até hora avançada do dia a ouvir os oradores. Não pode votar senão tendo estado presente desde a abertura da assembleia, e tendo ouvido todos os discursos. (...) O dever do cidadão não se limitava a votar. Quando chegava a sua vez, também devia ser magistrado no seu demo ou na sua tribo. Em média, ano sim, ano não, era heliasta, isto é, juiz, passava todo esse ano nos tribunais, ocupado a ouvir os litigantes e a aplicar as leis. Quase não havia em Atenas cidadão que não fosse chamado duas vezes na sua vida a fazer parte do senado dos Quinhentos; então, durante um ano, todos os dias se sentava desde manhã até à noite, recebendo os depoimentos dos magistrados, fazendo-os prestar as suas contas, respondendo aos embaixadores estrangeiros, redigindo as instruções dos embaixadores atenienses, examinando todos os negócios que deviam ser submetidos ao povo, e preparando todos os decretos. Enfim, o ateniense podia ser magistrado da cidade, arconte, estratego, astínomo, quando a sorte ou o sufrágio o indicava. Vê-se quão pesado encargo era o de ser cidadão de qualquer Estado democrático, porque correspondia a ocupar em serviço da cidade quase toda a sua existência, pouco tempo lhe restando para os trabalhos pessoais e para a sua vida doméstica. Por isso, muito justamente dizia Aristóteles não poder ser cidadão aquele homem que necessitasse de trabalhar para viver. Tantas eram as exigências da democracia. O cidadão, como o funcionário público dos nossos dias, devia pertencer inteiramente ao Estado. Na guerra, dava-lhe o seu sangue; durante a paz, o seu tempo. Não era livre para descurar dos negócios públicos por se ocupar com mais cuidado dos seus próprios. Pelo contrário, devia descurar os seus, para trabalhar em proveito da cidade. Os homens passavam a sua vida uns a governarem os outros. A democracia não podia existir senão sob a condição de trabalho incessante para todos os seus cidadãos. Por pouco que afrouxasse, ela acabaria pouco a pouco por perecer ou por se corromper. »
É neste dia a dia da vida política que o cidadão vive num mundo marcado pela eloquência ( léxis). As assembleias são palco de intensos debates. Todo o homem podia falar sem distinção de fortuna, nem de profissão, mas precisava de provar estar no gozo dos seus direitos políticos, não ser devedor ao Estado, ser de costumes puros, estar legitimamente casado, possuir bens de raiz na Ática, haver cumprido todos os seus deveres para com seus pais, ter feito todas as expedições militares para as quais fora escolhido, e provar não ter deixado no campo, em nenhum combate, o seu escudo.

Os atenienses como nos diz Tucídides, não acreditavam que e palavra prejudicasse a acção. Sentiam, pelo contrário, a necessidade de se esclarecerem. A política já não era, como no regime precedente, negócio de tradição e de fé. Era preciso reflectir e ponderar sobre as razões. A discussão era indispensável, porque sendo toda a questão mais ou menos obscura, só a palavra podia iluminar a verdade, e o povo ateniense queria que cada negócio lhe fosse apresentado sob todos os seus diferentes aspectos e lhe mostrassem claramente os prós e os contras. Considerava bastante os seus oradores. O povo fazia mais ainda: escutava-os; não poderemos, portanto, apresentar este povo como multidão turbulenta ou barulhenta. Pelo contrário, a sua atitude era correctíssima; o poeta cómico apresenta-o escutando boquiaberto, imóvel nos seus bancos de pedra. Os historiadores e oradores descrevem-nos muito frequentemente estas reuniões populares; quase nunca os vemos a interromperem os oradores; quer esse orador seja Péricles, ou Cléon, Ésquino ou Dernóstenes, o povo continua atento; e, quer o lisonjeiem quer o repreendam, escuta. Deixa exprimir as mais opostas opiniões, com louvável paciência. Algumas vezes murmúrios, mas nunca gritos nem assuadas. O orador, diga o que disser, pode sempre chegar ao fim do seu discurso.
Como se vê, retórica e democracia implicavam-se mutuamente e constituíam a esfera pública de Atenas



[Este texto foi obtido a partir de um texto-Web de António Fidalgo da Universidade da Beira Interior]

AB

2004-11-16

Recursos

Serão publicados neste blog, regularmente, alguns materias considerados relevantes para os alunos da disciplina de Filosofia.

Aqui estão os primeiros

Bom trabalho

JC

Ensino Recorrente

Unidades Capitalizáveis