FILOSOFIA... do começo
Os começos podem ser desejáveis ou assustadores...
Há começos que nos marcam para sempre e são o início de uma grande caminhada benéfica e apaixonante. Outros haverá que se revelam retrocesso, perda de tempo, e, que só de os lembrarmos nos causam náusea e um aperto desagradável e sufocante no estômago.
Talvez tenhamos deixado já para trás o nervosismo caloiro do início das aulas de anos há muito passados. Mas o começo de um ano lectivo propõem-se sempre, a nós, com aquela incontrolável força da novidade.
A Filosofia é nova por definição. Em filosofia - verás - estamos sempre no começo... A filosofia procura alcançar as primeiras perguntas, e estas, decerto, estão no começo das coisas.
As perguntas são fundamentais para a filosofia: os sábios são recordados e celebrados na história por darem respostas... os filósofos talvez se celebrizem por fazerem perguntas.
Esta 'perguntação crónica' é o motor interno da própria filosofia. Herdamo-la do grego Sócrates que afirmava que a sua sabedoria residia no "Só sei, que nada sei". E quem não sabe pergunta!
Claro que os filósofos não são os mais tontos dos homens que perguntam como tolinhos e desdenham respostas. Não.
Mas sabem que se não nos pusermos a caminho, a perguntar, permaneceremos, por medo e comodismo, assentes em terra pouco fértil ou já saturada.
Filosofar é pois, 'estar a caminho' - nomadismo intelectual - por isso a Filosofia pode ser tão desconfortável: temos lá tempo para peregrinações em busca da verdade das coisas !!! Hoje em dia valorizamos o palpável e, principalmente o visível - queremos ver e ser vistos - é o jogo da fama e do sucesso, dos simulacros ou cópias toscas, sem consistência ontológica de que falava o grande Platão.
Mas vamos, pois começar a Filosofar, vamos aprender a perguntar - porque fazer perguntas requer saber e arte...