Dark City
DARK CITY – Cidade Misteriosa
2 de Março de 2005
Realizador: Alex Proyas
Origem: EUA/ Austrália, 1997
Duração: 100 min.
Elenco: Rufus Sewell, Kiefer Sutherland, Jennifer Connelly
O universo das hipóteses é imenso. Tentemos, contudo, sintetizar rapidamente o interesse deste filme. Para nós.
Numa certa abordagem o seu interesse é ontológico: Até que ponto a realidade é real? (parafraseando um título famoso); ou ainda, que distância existe entre a “memória” e “o que é”? Pode muito bem ser o desafio mais pungente do filme: como separar os planos da “alma” e do “ser”? “Realmente” serão separáveis?
Por outra abordagem, o interesse é gnosiológico. E eis aqui então a questão maior: A certeza apazigua, o conhecimento sossega e o domínio sobre a “realidade” desvanece a angústia? Ou pode ainda avançar-se esta: Porque não nos aquietamos no sereno e profundo sono do dogmatismo? A serenidade é ilusória e na “superfície” das coisas não há profundidade. Os sonhos amargos, os pesadelos insuportáveis, as misteriosas visitas dos Estranhos “génios malignos”, tudo isso junto, encarregam-se de anunciar e sublinhar a ilusão.
O filme de Proyas pode ser, entre outros epítetos tão bem adequados a uma obra de qualidade como esta, cartesiano. No entanto o filme encerra o século XX. É com certeza mais apropriado registar a intemporalidade de Descartes. Talvez…!
AB