CULTURA
Monoculturalismo:
Uma cultura única; homogeneidade cultural; existe assimilação cultural; língua única, valores únicos, vistos como universais, absolutos, essenciais.
Existe, portanto, a imposição de uma cultura oficial; Existe exclusão social e cultural para quem não siga a cultura dominante ou não tenha sido assimilado.
Multiculturalismo:
Reconhecimento e valorização de todas as diferenças culturais.
Existe uma aceitação das particularidades, mas perde-se a referência de valores comuns.
Por vezes assiste-se a uma 'guetização', isto é, as pessoas podem não encontrar pontos de encontro e diálogo, vivendo em universos culturais paralelos e relativamente fechados.
Interculturalismo:
Procura de um verdadeiro diálogo intercultural. Existe a procura de valores comuns que suportem a convivência e a partilha da existência quotidiana.
É promovida a educação e a expressão intercultural.
" Cada cultura é um conjunto de conquistas, usos, saberes e formas de vida que determinada colectividade humana partilha, pelo qual se distingue das outras: vem reforçar o sentimento de pertença de cada um dos membros ao grupo comum (...). Quanto mais atrasada é uma cultura (isto é, quanto mais tosca, elementar, excludente, incapaz de assimilar o novo e o plural), mais tende a identificar os seus membros com a autêntica humanidade e a exaltar os seus próprios ritos e mitos como a verdadeira forma humana de viver.
(...)
Consoante a cultura se vai sofisticando mais, tornando-se mais reflexiva e menos impulsiva, concebe-se a si própria como uma forma de vida entre outras, talvez preferível, mas de certo não seguramente mais 'humana' do que outras modalidades vizinhas; por isso abre-se a elas, realiza intercâmbios, deixa-se contagiar por vontade própria, ou de má vontade, acrescenta às suas senhas de identidade, com signo positivo, os traços do 'estranho' que antes eram vistos negativamente.
O processo de permeabilidade, porém, nunca é completo: nenhuma cultura se relativiza totalmente a si mesma, todas se preferem diante das outras (...). "
F. Savater
(...)
Consoante a cultura se vai sofisticando mais, tornando-se mais reflexiva e menos impulsiva, concebe-se a si própria como uma forma de vida entre outras, talvez preferível, mas de certo não seguramente mais 'humana' do que outras modalidades vizinhas; por isso abre-se a elas, realiza intercâmbios, deixa-se contagiar por vontade própria, ou de má vontade, acrescenta às suas senhas de identidade, com signo positivo, os traços do 'estranho' que antes eram vistos negativamente.
O processo de permeabilidade, porém, nunca é completo: nenhuma cultura se relativiza totalmente a si mesma, todas se preferem diante das outras (...). "
F. Savater