" Os conceitos da vida e do mundo que chamamos 'filosóficos' são produto de dois factores: um, constituído de factores religiosos e éticos herdados; o outro, pela espécie de investigação que podemos denominar 'científica', empregando a palavra no seu sentido mais amplo. Os filósofos, individualmente, têm diferido amplamente quanto às proporções em que esses dois factores entraram nos seus sistemas, mas é a presença de ambos que, em certo grau, caracteriza a filosofia."
Bertrand Russel, História da Filosofia Ocidental
A pedido de alguns alunos, que este ano já não têm Filosofia, mas guardam algumas saudades das temáticas e do exercício da crítica filosófica, deu-se um encontro entre estes alunos o professor de filosofia Carlos Reis e, a convite, o professor de Religião e Moral o professor Joaquim Completo.
Os alunos escolheram como tema para debate e relexão. "Religião e Ciência - que Diálogos possíveis?"
Partiu-se, como é próprio da filosofia, de algumas questões que tinham como objectivo levar avante o diálogo e o pensar crítico:
. Existe diálogo entre ciência e religião?
. É possível existir diálogo entre ciência e religião?
. Interessa o diálogo entre ciência e religião?
De uma maneira mais descomprometida poderíamos dizer que
a Ciência é caracterizada pela Objectividade;
Racionalidade e Experimentação,
a Reigião apoia-se na Espiritualidade; Revela_
ção; Fé e Ritualização.
No ocidente - porque é aqui que nos situamos no nosso diálogo - à crescente tentativa de controlo sobre a ciência levada a cabo pela religião, assiste-se a um contra-ataque da ciência que se vai afirmar de um modo radical no Iluminismo e sobretudo no Positivismo.
Uma das questões que se levantou foi de que não podemos estar a falar de Religião e de Ciência, mas de religiões e de ciências...( Por exemplo, quando falamos em ciência, falamos na ciência contemporânea ocidental, quando falamos em religião, falamos de cristianismo e nas suas vertentes católica e protestante).
Serão religião e ciência dois modos de conhecimento?
Então,
. Qual o seu objecto de conhecimento?
. Qual o fundamento para a aceitação ou rejeição de tal objecto?
. Que condições afectivas e cognitivas entram em jogo no acesso ao objecto?
. Qual a coerência das construções relativas ao objecto?